Perante os tempos que correm, seria difícil imaginar um SummerSlam tão bom. Superou as minhas expectativas, que também não eram, só de si, muito elevadas, e tivemos bons combates. Claro, houve um ou outro ‘podre’ para estragar a média, mas em geral foi um excelente PPV que cumpriu a sua missão: demarcar-se dos shows normais e ter maior espectacularidade e imprevisibilidade. Sigam-me então na review da maior festa do Verão.

Estava tudo de olhos postos no regresso dos DX mas foi, permitam-me, talvez, discordar, o main event da noite que mais cativou o público. O TLC foi mesmo o que eu esperava mas trouxe um regresso que, só por si, deu outra amplitude à qualidade do combate e da noite.

Pelo meio, os dois combates tag team correram bem, especialmente o dos magníficos DX, naturalmente, e o combate de abertura foi surpreendentemente, para mim, bem escolhido. O pior foi mesmo aquele pseudo combate em que Christian humilhou toda uma nação em apenas alguns segundos (parece que o ECW Title está talhado para combates com meros segundos de “adrenalina”).

Volto a lamentar a ausência de divas numa festa de “Verão”. Não era esta uma boa altura para vermos um ‘biquíni contest’ por exemplo? Vão fazê-lo no Inverno é?


Rey Mysterio venceu Dolph Ziggler (Intercontinental Championship)

Resultado sem surpresas. Contudo, vimos um Ziggler muito intenso, mas também muito ansioso. Repararam na quantidade de ‘pins’ falhados? Por outro lado, a experiência de Mysterio e o sentido de oportunidade fizeram o resto. Gostei bastante deste combate e acho que foi bem escolhido para abrir a ‘festa’. A performance de ambos, creio, também melhorou relativamente ao Night of Champions e penso que deve continuar até ao próximo PPV. Aí já não punha as mãos no fogo por Mysterio, uma vez que, a acontecer mesmo o combate, Ziggler já teria um grau de maturidade na feud que lhe permitisse ganhar o título. Só acho é que é preciso essa coragem por parte da WWE em atribuir o título a Ziggler. No fundo só estaria a apostar nos mais novos, tal como fez com Kofi Kingston, por exemplo.


MVP Venceu jack Swagger

Tinha baixas expectativas para este combate e o mesmo confirmou-as. Não foi nada por aí além e considero-o como um dos momentos baixos do SummerSlam. Basta ver a reacção do público. A vitória de MVP acaba por surpreender. Quem viu o combate viu um Swagger mais capaz, e até com mais futuro na própria WWE que o seu adversário, mas depois viu também aquilo que Porter faz tão bem: aproveitar o momento.

Pelo que isto deu a entender ainda os vamos ver em confronto nas próximas Raws.

Big Show e Chris Jericho venceram Cryme Tyme (Unified Tag Team Championship)

Dos dois combates de equipas no card do SummerSlam, este foi o mais fraco mas, ainda assim, agradável de ver. Os Cryme Tyme tiveram uma oportunidade rara nos últimos tempos para brilharem e, talvez, convencerem os criativos de que têm potencial. Tiveram um bom desempenho, apesar de não ser brilhante, e, por momentos, acreditem mesmo que tivéssemos ali uma surpresa. Mas não. Big Show e o seu letal punho deram conta do recado por Jericho que venceu depois facilmente.

Estas duas equipas ligam bem. Shad ocupando-se mais de Show e JTG de Jericho parece resultar e, por mim, gostava de continuar a ver a rivalidade nos próximos tempos, ainda mais porque não há grandes alternativas à vista.

Kane venceu The Great Khali

O típico “combate de monstros”, como alguém apelidou por aqui no PTW, e é verdade. Tão monstros que o combate pareceu ainda mais fraco que um combate de lutadores de sumo. É muito difícil algum dia vermos um duelo atractivo entre estes dois e acho que até as promos de ambos conseguirão sempre ser melhores do que o combate propriamente dito. Khali, então, revelou-se deplorável. O seu estilo está gasto e não me agrada sinceramente. Aquela lentidão já enerva e nem o seu poder de fogo entusiasma. Já Kane tem outro estilo e aguenta-se melhor. Além do mais consegue subir às cordas (lol). Não espanta por isso que ele tenha ganho o combate e apreciei o facto de o ter feito com um DDT. Sempre tem mais credibilidade do que um chokeslam ao World Trade Center.
D-Generation X venceram The Legacy

O espectáculo estava garantido e foi verdadeiramente fantástico aquilo a que assistimos por parte dos DX. Que saudades daquelas entradas inesperadas. Que saudades do atrevimento desta dupla, do famoso Suck It. Tudo. Penso que não desiludiu ninguém aquela entrada no ringue, e muito menos o combate que foi também ele muito interessante. Os Legacy também merecem uma palavra de apreço. Dibiase bateu-se bem com Triple H, quem sabe não teremos ali um sucessor do próprio, e até mesmo Rhodes, que considero o elo mais fraco desta dupla, esteve bem à altura do desafio. A vitória era quase inevitável para os DX. Depois de um regresso tão aguardado, e até mesmo depois daquela festa estragada na Raw, era quase um crime não acontecer tal coisa.

Mas um dos grandes objectivos desta rivalidade, que já tinha comentado na preview ao SS, era projectar os ‘novatos’ e esse, valha a verdade apesar da derrota, foi mais uma vez conseguido. A aposta tem é de continuar. Seja contra os DX, contra Cena ou contra Batista.

Agora, meus senhores, venha o entretenimento de que todos já tínhamos saudades. Venham os tanques, o exército, o fogo-de-artifício. Venham os D-Generation X…





Christian venceu William Regal (ECW Championship)

Combate? Título? O que foi isto? Uma mijadela interrompida? Vá, pronto, chega de tretas. Este combate pelo ECW Championship teve pouco disso mesmo: combate. Mal começou, terminou. Christian humilhou William Regal e toda a Inglaterra com um “kill switch”. Sete segundos foi quanto durou esta humilhação a quem dei apenas nota 2 por ser o que foi (e o 2 é por amizade xD).

O que se seguiu foi mais uma demonstração de força, quer de Kozlov, quer de Ezekiel Jackson. Situação que me leva a concluir que este combate no SummerSlam tinha apenas esse propósito, o de cimentar o push que tem sido efectuado na ECW a estes dois gigantes.



Randy Orton venceu John Cena (WWE Championship)

Foi um combate magnífico, melhor do que, talvez, qualquer um de nós poderia esperar. E prova mais uma vez a capacidade que a WWE tem (infelizmente nem sempre) de dar um pontapé nas coisas e tornar uma coisa monótona em algo apelativo. Assim foi com este combate. Orton esteve à beira de ganhar como sempre faz por três vezes mas Vince McMahon terá impedido a batota (a zelar pela verdade ? ou a proteger o babyface ? xD). Depois desses revés, onde pelo meio tivemos um erro inesquecível de Lilian (que má despedida :s) ainda vimos um suposto fã interromper o combate, e uma possível vitória de Cena, para atacar o árbitro. Pelos vistos não era um fã qualquer (ainda bem), mas sim o irmão de Ted Dibiase. Daí à verdade é um passinho. “Contratado” para ajudar o Orton.

Finalmente veio o desfecho, com Randy e o seu RKO a derrotarem John Cena.

Foi um excelente combate para aquilo que estava à espera e não posso deixar de notar a reacção do público num combate, supostamente, entre o “bem” e o “mal”. 50% com Orton, 50% com Cena. Dá que pensar.






CM Punk venceu Jeff Hardy (TLC Match – Novo World Heavyweight Championship)

O main event da noite não poderia ter sido melhor. Um TLC Match, por norma, é sempre empolgante, mas este acabou por ser memorável graças, mais uma vez, à loucura de um wrestler que, seja o que for, merece a nossa admiração. Jeff Hardy ter-se-á despedido (acredito que sim) da forma mais estrondosa que ele conhece. Ao realizar aquela Swanton do topo do escadote mais alto para cima de um Punk tombado na mesa de comentadores, Jeff fechou um ciclo, fechou um sonho que o alimentou durante anos, fechou algo de admirável que criou com os fãs e que, quem sabe, poderá ser retomado um dia destes. Depois do que vi, tenho sérias dúvidas que isto não tenha sido mesmo o adeus anunciado de Jeff Hardy. Sai lesionado (para dar credibilidade à saída), e perdeu o título (seria mau sair como campeão :s).

Depois, a WWE fez aquilo que podia para que esquecêssemos depressa que Jeff se vai embora, ou seja, fez regressar aquele a que inevitavelmente chamamos “The Phenom”. Tinha toda a vontade de perder aqui mil caracteres a falar bem do ‘mestre’ dos tempos actuais, mas por respeito a vocês obviamente não o farei. Certo é que The Phenom marcou este PPV. Vem a representar o “olá”, para que o “adeus” seja mais facilmente esquecido. Abre-se aqui uma nova janela, um novo reinado para CM Punk, mas um reinado muito infeliz porque terá pela frente… The Undertaker.

Classificações

1 – CM Punk vs Jeff Hardy (10/10)
2 – Randy Orton vs John Cena (9/10)
3 – DX vs The Legacy (9/10)
4 – Rey Mysterio vs Dolph Ziggler (8/10)
5 – Big Show e Jericho vs Cryme Tyme (7/10)
6 – Jack Swagger vs MVP (6/10)
7 – Kane vs The Great Khali (5/10)
8 – Christian vs William Regal (2/10)

Melhor Wrestler

Tinha várias opções e a escolha não, por isso, nada fácil. Opto por Shawn Michaels para melhor wrestler neste PPV. Não que ele tenha tido uma prestação como teve, por exemplo, na Wrestlemania XXV, mas sim porque, após uma paragem longa, se mostrou forte e determinado a mostrar mais uma vez as suas capacidades e porque foi dele, mais uma vez, o golpe da vitória. Shawn é eterno e o seu regresso deve também ser saudado efusivamente.

Pior Wrestler

Aqui já não tive tantas dúvidas. Para mim o pior é mesmo William Regal. Oito segundos? A humilhante derrota frente a Christian deixa marcas pesadas numa superstar que, só de si, já não era muito bem vista.

Melhor momento

Só poderia escolher a Swanton Bomb. Não só pela espectacularidade da mesma mas pelo simbolismo com que, também, foi idealizada e executada. A Swanton foi a marca de Jeff Hardy nestes últimos anos (boa ou má, não interessa), e marcou, muito provavelmente, o seu adeus. A confirmar-se, Jeff teve a despedida que mereceu.

Pior momento

O pior momento do PPV, para mim, foi um erro da Lilian, daqueles que irá perdurar no youtube durante alguns anos. Após Orton se ‘auto-desqualificar’, Lilian disse tão somente que o vencedor era Orton e este era o “novo” WWE Champion. Um duplo erro, a juntar ao nervosismo que a mesma evidenciou no início, quando teve que anunciar as novas “demandas” de Vince McMahon. Pena, numa altura em que nos tentamos habituar à ideia da sua despedida.

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